Críticas ao Escrituralismo #RefuteSeForCapaz 1

O escrituralismo, como princípio epistemológico, tem sido alvo de inúmeras críticas, muitas vezes sem a devida profundidade ou honestidade intelectual. Não são raros os casos de pessoas que, sem compreender completamente o conceito, tentam refutá-lo com argumentos que beiram o superficial. Entre essas críticas estão aquelas que dizem, por exemplo, que o escrituralismo “é infantil” ou que “é impossível não usar os sentidos enquanto se lê a Bíblia”. Esse tipo de argumento reflete uma compreensão limitada, ou mesmo inexistente, dos fundamentos filosóficos e teológicos do escrituralismo.

Críticas Superficiais e o Problema da Honestidade Intelectual

Quem critica o escrituralismo dessa forma demonstra uma postura de imbecilidade intelectual. Aqui, o termo “imbecilidade” não é usado de maneira ofensiva, mas técnica: refere-se à incapacidade ou recusa de uma análise honesta e profunda. Um exemplo típico é o tomista que ri de uma abordagem escrituralista sem ser capaz de explicar os próprios fundamentos do tomismo de maneira clara. Ele aceita o sistema filosófico de Tomás de Aquino sem questioná-lo, apenas confiando nas aparências ou em argumentos de autoridade.

Esse tipo de crítico, na ânsia de descartar o escrituralismo, frequentemente revela seu autofagismo intelectual — uma postura de autodestruição na qual a mente se fecha para o diálogo, permanecendo em círculos de pressupostos não examinados. Contra isso, a única atitude possível é a oração e a paciência, pois essa pessoa já está tão estruturada em sua idiotização que dificilmente aceitará reconsiderar sua posição.

O Fundamento Epistemológico do Escrituralismo

O princípio escrituralista parte da Escritura como base última e inerrante da verdade. Isso não significa ignorar a realidade sensorial ou empírica, mas colocar a revelação bíblica como a lente que ilumina todas as áreas do conhecimento. Essa abordagem não é um salto no escuro, mas uma escolha lógica e teologicamente fundamentada. Enquanto muitos sistemas filosóficos começam com axiomas humanos, o escrituralismo começa com um fundamento divino: a Palavra de Deus.

Minha própria jornada em direção ao escrituralismo foi marcada por um processo investigativo profundo. Comecei interessado no sistema, mas encontrei problemas que me levaram a uma posição oposta. Contudo, ao analisar outros sistemas epistemológicos, percebi que eles possuíam ainda mais inconsistências. E consequentemente, quanto mais eu tentava me esquivar do escrituralismo, mais das suas respostas começam a fazer sentido, sendo assim, voltei ao escrituralismo, pois ele apresentava respostas epistemológicas, metafísicas e éticas superiores.

A busca pela verdade sempre foi o meu objetivo. O escrituralismo não é apenas um sistema filosófico; é uma base sólida que me permitiu lidar tanto com questões pessoais quanto com debates intelectuais. Por meio da Escritura, encontrei um fundamento dogmático para a verdade, algo que outros sistemas falham em fornecer de forma consistente.

Respostas Superiores em Todas as Áreas

As críticas ao escrituralismo geralmente ignoram a profundidade de suas respostas. Em termos epistemológicos, oferece uma explicação clara sobre como obtemos conhecimento e como esse conhecimento se relaciona com a realidade. Metafisicamente, fundamenta a estrutura da existência na soberania de Deus. Eticamente, fornece uma base objetiva para avaliar nossas ações e escolhas.

Mesmo que o sistema ainda precise de desenvolvimento em algumas áreas, isso não invalida seus fundamentos. O escrituralismo já está epistemologicamente estabelecido, e o trabalho restante é uma questão de construção, algo que ocorre ao longo do tempo. Diversos sistemas filosóficos começaram com fundamentos incompletos, mas foram sendo refinados ao longo da história. O escrituralismo está nesse mesmo caminho, mas sua base é inabalável porque está enraizada na revelação divina.

Observações Sociológicas e Psicológicas

Ao observar diferentes tradições cristãs, notei como os pressupostos religiosos influenciam suas abordagens. Igrejas mais modernas ou neopentecostais tendem a cair em um empirismo prático, buscando experiências pessoais como base para a fé. Por outro lado, ambientes mais reformados frequentemente adotam uma adoração excessiva da ciência, buscando uma apologética evidencialista que, às vezes, negligencia os princípios bíblicos.

Esses fenômenos ilustram como pressupostos filosóficos e religiosos moldam nossa busca pela verdade. A honestidade intelectual exige que reconheçamos essas influências e as analisemos criticamente. No caso do escrituralismo, sua força está justamente em expor e confrontar esses pressupostos, apontando para a Escritura como o padrão final de verdade.

O Chamado à Honestidade Intelectual

O que diferencia uma pessoa intelectualmente séria de um imbecil é a humildade e a honestidade na busca pela verdade. Quem tenta refutar o escrituralismo sem entendê-lo demonstra preguiça intelectual. Esse tipo de crítico é como um “feto intelectual”, alguém que ainda não nasceu no verdadeiro campo do pensamento filosófico.

Se alguém deseja realmente debater o escrituralismo, deve ser capaz de responder às suas propostas epistemológicas, metafísicas e éticas. Deve ser capaz de apresentar um sistema alternativo que resista ao mesmo nível de escrutínio. Até lá, as críticas permanecem no nível superficial, refletindo mais sobre a incapacidade do crítico do que sobre qualquer falha do sistema escrituralista.

Conclusão

O escrituralismo não é apenas um sistema filosófico; é uma busca pela verdade enraizada na revelação divina. Ele oferece respostas consistentes e robustas para questões fundamentais da existência, do conhecimento e da moralidade. Críticas ao escrituralismo geralmente revelam falta de entendimento ou honestidade intelectual, mas isso não muda o fato de que ele permanece epistemologicamente superior.

Aqueles que desejam refutá-lo precisam começar com humildade e disposição para o diálogo honesto. Até lá, o escrituralismo continua a ser a abordagem mais sólida e coerente para compreender a realidade sob a luz da Escritura.

Pai dedicado e marido apaixonado, Orlando atua como teólogo elucidativo, aberto ao diálogo e à conversação, mas também firme na resposta às cosmovisões que não se submetem à Palavra de Deus. Sua vocação é articular a verdade bíblica de maneira clara, confrontando visões contrárias e edificando uma visão de mundo alicerçada nas Escrituras.

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