Por que você pensa como pensa? Por que a sua experiência tem essa interpretação? Aqui, não estou questionando a validade da experiência ou negando que ela exista. O ponto é que a experiência, por si só, não é uma verdade absoluta. Como cristão escrituralista, acredito que a verdade absoluta está nas Escrituras. Mas por que as suas experiências possuem as nuances que possuem? Por que você usa certos métodos, certas interpretações, e por que você constrói sua visão de mundo dessa maneira?
Nós, cristãos, sabemos que devemos nos pautar nas Escrituras como padrão supremo. Contudo, existem sub-pensamentos, divisões, influências e vivências que moldam nossa forma de agir, pensar, sentir e reagir. Esses elementos geram os traumas, pensamentos e atitudes que temos. A pergunta que eu proponho aqui é: Por quê?
Uma Análise Sincera
Faça uma autoanálise sincera. Caminhe pelas Escrituras buscando compreender a sua experiência e o seu eu individual. Não estou falando de algo místico, mas de um processo concreto, real e honesto. A avaliação deve ser feita à luz das Escrituras, nosso padrão final. Essa é a minha proposta: jogue uma bomba dentro de si mesmo. Veja quais pedaços se desprendem. Examine como a sua mente e psique funcionam.
Analise os padrões que você segue. Questione-se:
• Por que você escolhe certos caminhos e não outros?
• Por que você reage de determinada forma?
• Por que você sente raiva ou tristeza?
• Por que você se importa tanto com o que os outros pensam ou, às vezes, parece se importar pouco?
Essas perguntas não são meras repetições retóricas. O objetivo é fazer uma análise sincera do funcionamento da sua mente e da origem das suas ideias. Por que você pensa do jeito que pensa? Como você chegou até aqui? Quais influências moldaram seus gostos, aversões e convicções?
Questionando as Suas Bases
Você já se perguntou por que tem certas manias? Por que reage de forma específica em determinadas situações? Vamos usar um exemplo pessoal: eu, por muitas vezes, me irritava facilmente quando algo atrapalhava meus planos. Essa irritação chegava ao ponto de me fazer querer quebrar coisas. As pessoas ao meu redor talvez não percebessem, mas, dentro de mim, havia essa luta. Em Cristo, encontrei a solução, mas antes precisei investigar por que era assim.
A resposta não foi simples. Não era algo como 1+1=2, mas uma fórmula mais complexa, cheia de variáveis e fatores acumulados ao longo do tempo. Essa irritação era resultado de permissões dadas, ações repetidas e padrões miméticos. Mas isso não significa que fosse impossível de resolver; apenas exigia trabalho e dedicação.
Como cristão, eu tinha as ferramentas necessárias para enfrentar isso: o Espírito Santo, a oração, a reflexão bíblica e a capacidade de escrever e organizar minhas análises. Essas ferramentas me permitiram entender o problema e, em Cristo, superá-lo.
Perguntas Fundamentais
Se você não entende qual é o problema, como pode encontrar a solução? Essa é a realidade que observo em muitos cristãos e pessoas no geral. Vejo que muitos não conseguem sequer formular perguntas claras, e sem perguntas, como esperar respostas?
Não estou dizendo que devemos buscar respostas para tudo, mas há perguntas que são essenciais. Perguntas que têm respostas, que não são um amontoado de pensamentos avulsos, mas dúvidas sinceras que buscam iluminar questões fundacionais sobre quem somos, como pensamos e por que agimos como agimos.
A Jornada da Autoavaliação
Essa jornada de autoavaliação requer esforço. Não é simples, mas é possível. Como cristão, você tem acesso às ferramentas certas, por meio do Espírito Santo, pois Ele nos guia na verdade, revela o que está oculto e nos capacita a enxergar o que precisamos mudar:
1. As Escrituras: Elas são o padrão inerrante para avaliar nossas vidas e pensamentos.
2. A Oração: Um meio de clamar por sabedoria, força e discernimento.
3. A Comunhão Cristã: Conselhos de irmãos na fé podem trazer clareza e orientação.
No final, a pergunta que permanece é: Por quê? Por que você age como age? Por que você sente como sente? Por que você pensa como pensa? Essas são perguntas que precisam ser colocadas em análise sincera, à luz da verdade bíblica. E é nesse caminho de autoavaliação que você pode encontrar respostas profundas e transformadoras.

Pai dedicado e marido apaixonado, Orlando atua como teólogo elucidativo, aberto ao diálogo e à conversação, mas também firme na resposta às cosmovisões que não se submetem à Palavra de Deus. Sua vocação é articular a verdade bíblica de maneira clara, confrontando visões contrárias e edificando uma visão de mundo alicerçada nas Escrituras.